Análises do STF

Jorge Messias: A fé evangélica como sinal político de Lula

A possível indicação de Jorge Messias ao Supremo Tribunal Federal (STF) vai além de sua qualificação jurídica. Sua identidade religiosa e lealdade ao presidente Lula colocam sua candidatura no centro de uma estratégia política mais ampla: reaproximar o governo do eleitorado evangélico.

Um evangélico no coração do governo

Messias é diácono da Igreja Batista Cristã em Brasília e tem uma trajetória marcada pela fé. Costuma compartilhar versículos bíblicos, participa de cultos e já representou o presidente em eventos como a Marcha para Jesus. Sua postura é discreta, mas firme: define-se como “um evangélico ministro, e não um ministro evangélico”.

Essa distinção é importante. Ele não usa a fé como palanque, mas também não a esconde. Isso o torna um nome estrategicamente valioso para Lula, que busca reduzir a rejeição entre evangélicos, especialmente após anos de hegemonia bolsonarista nesse segmento.

Fidelidade e discrição: o perfil que agrada

Além da fé, Messias é visto como leal e discreto. Foi assessor jurídico de Dilma Rousseff e hoje comanda a Advocacia-Geral da União (AGU). É considerado um técnico com sensibilidade política — alguém que não gera ruído, mas entrega resultados.

Para Lula, indicar Messias seria um gesto simbólico e pragmático: sinaliza respeito aos evangélicos, sem abrir mão da confiança pessoal. Em tempos de polarização, essa combinação pode ser decisiva.

“A indicação ao STF reacende os bastidores do poder, com Jorge Messias ganhando força entre os evangélicos e Rodrigo Pacheco articulando com o União Brasil — um cenário que exige inteligência política para entender os movimentos de Lula.”